Hoje recebi um e-mail de uma loja virtual. Talvez uma promoção. Não abri o email. Li apenas o início que aparecia no ícone. O email Dizia:
"O que torna seu pai especial?..."
Pensei. Não abri o e-mail. Pensei.
O que torna meu pai especial? Talvez o jeito calado de sentar e ler. Talvez o jeito empolgado de falar com as pessoas. Falar. Principalmente falar. Ele falava como ninguém. Sabia de quase tudo, mas tinha uma resposta para qualquer coisa.
O tempo fica ruim de passar. Ruim mesmo. Até o ar fica com gosto. Gosto de sal. O tempo fica parado quando você olha uma pessoa tão forte paralisada. Quando as respostas que ele tinha para tudo não podem mais ajudar em nada. Não vou mais ouvir respostas. Vou ter que passar a dar respostas. Vou ter; não é uma opção. Mas antes de ir ele não me respondeu e nem me perguntou nada. Ele apenas disse: Desculpa.
" O que torna seu pai especial?..."
O que o torna especial? ... Ele sabia sempre a coisa certa a me dizer.
Um comentário:
Desde a primeira vez que li algo escrito por você aqui, senti vontade de fazer comentários, mas sabia que, se tentasse comentar algo, soaria bobo perto do texto que o gerou. Isso fez com que eu ficasse "calada" por aqui - assim como, de fato, fico ao ler algo teu.
Mas esse texto, além de me fazer ficar calada, fez com que eu ficasse sem palavras (inteligentes, bobas, óbvias, ..., até as estúpidas). É até meio contraditório, porque foi nele que eu resolvi jogar esse monte de coisa que, sendo bem sincera, não vai chegar em lugar algum (droga, contei o final!).
Mas então... Procurando algo pra anteceder o ponto final, só consegui achar isso (que é sincero, diz mais do que tudo que escrevi aqui até agora e mais do que parece dizer):
Prossiga.
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