terça-feira, 27 de julho de 2010

Cubo mágico.

Eu sei que está presa.Não precisa gritar. Sei qual é o peso de ter que agradar. Isso me parece melhor do que ter que se agradar. Isso me parece melhor do que seguir padrões, aqueles que têm sempre o mesmo fim e um começo diferente.
Ser reprovada por brilhar e mesmo assim ser cobrada para ser a mais brilhante. Parece duro, mas me parece melhor do que ser normal.

Isso me parece melhor do que ouvir: Você é comum.

A solução é ser frágil. Ninguém vai machucar você. É só deitar-se junto aos fragmentos e torcer para não ser percebida, não se destacar.
Isso me parece melhor do que admitir que a sua capacidade de sonhar é maior do que a de realizar os seus sonhos.
Que tal levantar e admitir que o tempo é bem menos generoso do que deveria, e que ele não passa de mais um final com um começo diferente.

Não se mantenha assim. Meu presente parece simples, quero dar-te sete letras de presente.

Como você vai usá-las?
Como você vai usar o melhor presente do mundo?

Não se mantenha assim. Saiba usar as letras que te dou, saiba o poder das palavras. Não me diga, Próximo... Próximo... quando poderia dizer, Saudade. Porque só assim eu serei um novo começo.

-Deixa o fim para depois.Assim acabamos esquecendo que ele existe.

domingo, 25 de julho de 2010

Fidel Castro está morto. É hora da hemodiálise.

Eu precisei tirar esse peso. Arrancar aquilo que me colocava para baixo e me fazia pensar:
" eu ainda tenho a capacidade de fazer alguém sorrir? "

Aquilo nunca sorriu para mim, nunca me olhou e nunca me disse: obrigada pelo tempo.

Eu olho ao redor e vejo como me sinto bem fazendo minhas besteiras, ou como me sinto leve sem aquele peso me puxando para baixo.

Gastei toda a minha vontade de ser bom em algo que escolheu ser o contrário de tudo aquilo que me faz bem. Do que me faz feliz.
E os outros que pareciam ser uma sombra sobre a minha vontade, na verdade eram os verdadeiros motivos pelo qual vale a pena ser bom.

Sou fraco de mais para seu mundo, eu escolho ser comum, mas ser leve como todos.
Eu prefiro um abraço ao invés das suas palavras duras que só vem para afastar.
Eu prefiro desistir. Por isso eu desisto.

Fiz o que eu quis. Sou feliz; Até de mais para sentir o peso da dor que não é minha.

Hasta Luego Companheiro.





sábado, 24 de julho de 2010

Os outros.

Hoje eu tive vontade de estar aqui. Tive vontade de ficar te olhando, mesmo que por alguns minutos. Isso não estava em meus planos. Meus planos eram bem mais simples.
Eu pretendia sentar e tocar alguma música sozinho. Beber e comentar sobre estar cercado de pessoas, e principalmente comentar sobre como todas elas não me ajudaram a ignorar a sua presença.

Ao contrário do que pode parecer, não vou escrever coisas ruins, não vou gastar minhas palavras com aquilo que você espera de mim. Sou um bom jogador, mas antes de qualquer coisa, sou um ótimo competidor. Sei competir contra mim.

Eu não iria preferir estar em nem um outro lugar, não prefiro fazer outra coisa.

Eu estou aqui, no melhor lugar da festa. No lugar que não tem ninguém, onde é escuro e as bebidas não chegam. Para os outros pode não parecer, mas para mim esse é o melhor lugar da festa. Eu tive vontade de estar aqui...
Porque eu tive vontade de ficar te olhando, mesmo que por alguns minutos.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Quem tem medo do escuro?


João é um covarde por herança de sangue. Herdou a covardia no olhar; Olhar caído e ressentido de quem carregar a dor que nunca foi sua. E além de tudo, tem aquela voz mansa que só o ajuda a maquiar seu sorriso teatral. Ele tem o álibi perfeito para garantir a credibilidade que lhe falta na hora de dizer a verdade.
João sempre foi assim, sempre viveu pela metade, e a maior prova disso é que passou sua vida escondido. Amava se esconder. Acreditem ou não, João morava em baixo de sua cama.
Mas porque aquele era o seu lugar preferido da casa?
Porque era de lá que ele assistia ao fim da sua vida, e Observa as pessoas que o cercavam levar o seu mundo aos poucos. Eram todos Ladrões. Ladrões da vida de João. Mas não os culpo, por nada, quem deu a chave foi o próprio João.
Com o passar dos anos João foi se acostumando com os movimentos ,perdendo um pouco do medo, e foi se acostumando com a ideia de sair e encarar o mundo. E para a surpresa de todos, como um ato de coragem vindo de um covarde, João Resolveu olhar para os lados e vê o mundo que o cercava durante todos aqueles anos. E olhem só, ele não estava sozinho, em baixo da cama, bem seu lado estavam os seus sonhos.
-Finalmente encontrei vocês. Pensei que tinha os perdido.
Eu nunca tinha visto o João tão feliz como naquele dia. Finalmente ele tinha reencontrado os seus sonhos. Agora sim ele estava completo. Não estava mais sozinho.
Mais tarde naquele dia, ele resolveu sair, deixar de se esconder em baixo da cama e olhar o que tinha sobrado de sua casa. Ou pelo menos ver o que ainda não tinham roubado de sua vida. Lá ele encontrou apenas: sua poltrona e a velha caneca de tomar café. Nesse exato momento a felicidade de João foi buraco a baixo. Pobre João. Tão feliz e tão triste.
Cansado de passar a vida sendo sempre a mesma pessoa, ele não pensou muito em como resolver aquele problema, Já sabia o que fazer desde o início. Sedo assim, foi justamente isso o que ele fez. Resolveu. Fez aquilo que acreditou que já deveria ter sido feito a muito tempo. João reuniu todos os sonhos que encontrou pela casa, sentou-se em sua cama e os abraçou com força. Ficou lá pelo tempo que achou necessário, todo o tempo que precisou para compensar a solidão. Acabou adormecendo ao lado dos seus sonhos. Era um sono merecido. A chance de descansar um pouco.
Não passou muito tempo e João já estava feliz de novo, sorrindo e gargalhando. Agora ele tinha tudo o que precisava. Era um homem realizado e de bem com a vida. Agora ele estava de volta. Sentado em sua poltrona; de um lado a caneca de café e do outro um controle remoto. É isso ai João. Mas e esse controle remoto?
Parece que esqueci de narrar um fato. Antes mesmo dos sonhos acordarem, João foi até a loja mais próxima a sua casa e os trocou por uma Televisão. Uma fábrica de sonhos para um covarde. Deu a entender para o vendedor que os sonhos iriam dar muito trabalho. Lhe pareceu muito mais fácil viver os sonhos dos outros.
É isso ai João.

terça-feira, 20 de julho de 2010

O Restaurante no Fim do Início.

Eu venho tentando decorar o que te dizer. Algumas bobagens para quando por ventura te encontrar por ai. Algo melhor do que "Oi" ou menos complexo do que "Olá".
Possivelmente vou colocar as mãos para trás e acenar com a cabeça. Talvez eu até tenha tempo de pensar em ser esperto ou não; posso acabar falando das minhas besteiras.
Pena que não consigo ser automático. Cada vez sai de uma maneira. Preciso de mais treinamento. Mais dedicação. Dedicação que tenho que usar para perder minhas manias. Manias como o meu velho costume de perder tempo com aquilo que não me cabe. Dedicar-me a escolhas erradas é um dos meus talentos. A especialidade da casa.

A minha vontade é a de gritar tolices ou sair pelo mundo procurando a resposta mais correta para suas perguntas. É isso que me consome. Olha para mim, está vendo só? Eu consegui desatar os meus nós. Ainda bem que eu posso escrever. Tem coisas que não se pode dizer com facilidade.

Então eu vou escrever.
O que eu quiser.
Vou escrever sobre minhas vontades e minha mania de errar.


A minha vontade de. A minha vontade. A minha. Minha.

Nunca será.

A especialidade da casa nunca sai do menu.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

As Palavras e os Soldados.

Ela é um segredo. Essa foi a melhor definição que eu pude encontrar. Não sou tão esperto.

Correto?

Ninguém sabe.

Como essa pessoa pode ser tão especial se está dividida em pedaços? Fraturada em cada vida que teve que viver. Não por opção, mas por obrigação.
E Junto com cada uma das vidas que teve que abandonar, deixou para trás partes de si. Partes que nem sabia que a integravam, partes que não teve tempo de entender.

A pessoa que detém todas as certezas só tem a certeza de que está incompleta. Prefere não juntar o que sobrou para não sentir falta do que desconhece, Ou de tudo aquilo que não teve tempo de aprender.

Já tão cansada de elogios sobre tudo aquilo que é tão obvio, ela não busca mais admiradores ou pessoas capazes de compreender o que ela mesma não procura. Prefere olhar para trás e ver tudo o que já não lhe pertence mais. O que é distante; tudo aquilo que parece perfeito, e que a distancia torna seguro de guardar na memória.

Ela tem medo. Tem medo de expor tudo aquilo que não é obvio. Prefere não saber. E mais do que tudo. Prefere que não saibam. Segredo.

Mas o pior de admitir é que ela realmente é especial. Não só em cada palavra que escreve, mas também em cada palavra que deixa de libertar. Bobagem. Isso deve ser besteira minha, sou só mais uma das repetições do mundo que a cerca.

Sendo assim, vou juntar-me ao mar de repetições em que ela navega. Garanto que consigo me misturar com facilidade.
Eu sei. Eu sei, sou só mais um peixe no oceano. Mas pelo menos eu sei que sou um peixe.

domingo, 18 de julho de 2010

"Cada coisa tem um instante em que ela é. Quero apossar-me do é da coisa”. C.L

Deixei de querer já faz muito tempo. Deixei de tentar. Agora aderi a uma nova postura; o Fazer. Mas parece que estou preso nisso. Nisso ter vontade de ser livre.

Bem aqui. Parado. No lugar em que Para fazer, antes eu tenho que ‘querer ter feito'. Estou preso nas palavras e em seus jogos mentais. Nunca estarei livre de querer. Só por isso eu quero ter feito aquilo que tem efeito sobre suas respostas, sempre tão rápidas e objetivas. Ter planos que de tão simples pareçam ser perfeitos. Ter o controle, mesmo que só para obedecer.

Patético? Todos têm o direito de ser.

O 'querer' existe para nos dar permissão. Aquela em que você se pergunta: “Eu posso ter vontade de querer isso?”

-A resposta é não. Você não consegue.

-Então estou livre agora?

-Já chega, Pare de me torturar com filosofias de botequim.

Pensando bem. Pensando mal. Acredito que somos julgados pelas nossas memórias. Talvez esse seja o caminho que abre as portas do paraíso.
Não costumo acreditar que somos julgados pelo que fizemos de bom ou de mal em nossas vidas. Todos erram de propósito e acertam sem querer, é um Fato. Na verdade somos julgados com a seguinte pergunta:

“O que você lembra da sua vida ? "

Se você foi bom ou mal, isso já não importa mais. Você só lembra daquilo que foi importante para você, as coisas que você não quer reviver, são esquecidas.

O que é importante para mim? As coisas boas ou as ruins?

Eu gostaria de poder escolher minhas memórias. Gostaria de fazer isso. Mas para tal eu tenho que querer, e sabemos que não vou me render ao ‘querer’.

Estou ficando maluco? Pena que já sou.

Eu sei que vou sair dessa. Terei que sair. Mas por hoje, só Por hoje vou aproveitar a minha pitada de insanidade. Porque o Quão antes eu perceber que sou maluco, mais rápido começo a escolher minhas memórias. E eu já sei por onde começar.

Vou começar esquecendo que quero esquecer.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Mesmo sem levar para o mal sentido, eu Prefiro as respostas.

Vivi o pouco tempo que precisei para saber que realmente estive vivo.
E nesse meio tempo, perdi as contas de quantas vezes fui feliz. Mas nunca me importei em contar quantas vezes não fui.
Sem o peso do arrependimento, me esquivo do carma de ser um herói. Estou cansado.


Por vezes digo que eu não quero ser ruim. Mas quero o mal ao meu lado. Eu sei, eu sei, Todos querem culpar alguém pelas coisas ruins. Mas Todos sempre querem um Mártir; alguém para ser um exemplo, estampar camisetas ou dar nome a uma rua. Eu prefiro culpar a sorte. O mal é só um dos lados da sorte, a mesma sorte que te arrasta no suplício indizível em que o seu ser se emprega em nada. Nada mais do que minhas Listas com respostas prontas do que dizer quando não se tem mais palavras.

Mesmo que novamente me venha àquela vontade de culpar alguém, eu sei que não vou lutar contra isso. Vou acabar dizendo "Desprezível? Ele é um desgraçado, e daí? Eu sou o Juiz do meu próprio mundo. Julgo-te culpado pelos meus erros". Pena que Sou fraco de mais para minhas respostas.


E no final de tudo, vou olhar-te nos olhos e dizer como sou especial ou o único capaz de te entender.

Você vai querer a verdade? Tudo bem! A verdade é que eu não quero te entender. Você me cansa.
Vou acabar te dizendo quantas vezes fui eu mesmo e você vai chorar. Mas eu não vou me importar. Não quero. Eu sei que não menti para você. Não menti para mim. Tanto faz. Vou acabar arrumando um culpado para tudo. Um para cada dia do ano. Um para cada vez que esqueci que fui feliz.
Eu preciso de um culpado. Preciso da minha dose de: "Desprezível? Ele é um desgraçado, e daí? Eu sei que não deveria te julgar mais de uma vez". Mas eu vou te julgar quantas vezes eu quiser. Todas as vezes que eu precisar de um culpado. Toda vez que eu precisar se eu mesmo. Eu sei. Sou um desgraçado. Mas a culpa não é minha.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Para quando parar de chover.

Sabe quando chove e aqueles desenhos arredondados se formam na água? Você fica embaixo da chuva olhando para eles, Imóvel. Nem sente que está se molhando. Parece besteira, mas é assim que eu a vejo. Nem sinto o tempo mudar. Principalmente Quando ela sorri olhando para baixo, Tímida. Fico imóvel. Mas eu não pararia o tempo neste momento. Não passaria a eternidade olhando para essa imagem. Porque a melhor parte ainda não é essa, a melhor parte do meu dia é quando ela termina de sorrir, levanta o rosto e me olha. Exatamente neste momento eu pararia o tempo. Ficaria imóvel. Porque ela é linda. Mesmo para quem escolheu ser feliz sem o amor, ela nunca aparenta solidão. Talvez sem esforço tenha descoberto como ser diferente; especial. Pode parecer estranho, mas para ela, ser vilã de novela torna a vida bem mais bela do que ser chamada de flor. Talvez ela só tenha medo. Todos têm medo. Eu tenho medo de não vê-la feliz. Mas como ainda não posso parar o tempo, vou entregar a ela as besteiras que escrevo, para ver se ganho aquele sorriso mais uma vez. Eu ficaria imóvel. Paralisado.

domingo, 11 de julho de 2010

Dori.

Sou mais forte porque sei sorrir. Porque nasci duas vezes. Sou mais forte porque sei mentir, Mentiras que não machucam. Até nisso sou melhor. Sei receber com o coração, que deveria estar cheio de minhas vidas.
Mas ainda não percebi. Sofro por não ter talentos que facilmente são conseguidos em escolas de música ou anos de dedicação. Por não me achar forte ou chorar com facilidade. O triste é que nunca percebi que quando não choro, tenho no canto do rosto um sorriso que me faz única. A única que não só consegue ser, mas também fazer feliz.
Mesmo assim, brigo com o espelho em busca de imperfeições. Brigo com o tempo em busca de dedicação. Ou convido o coração para competir Quem é o mais forte. Sempre ganho. Mas quando não; deixo-o ganhar.
Talvez eu não tenha todos os talentos que gostaria de ter. Nem o tempo que precisaria para entender algumas coisas sobre mim. Mas espero perceber que sou única, e que isso é um talento, um talento que não se aprende em lugar algum.



Grande amiga.