-Quando você acorda de manhã ela ainda está lá?
- O que?
-A tristeza.
-faz tempo que não vejo.
-Então você é uma pessoa bem mais forte; É isso?
-pode ser, mas eu ainda sou parte e não um todo; Minha cama sempre parece maior do que realmente é.
-Você sente saudades, e isso não te faz nada forte.
-Aonde você quer chegar com isso?
-Quero saber se você está bem.
-Claro que não estou bem, sinto a sua falta.
-Supere isso.
-Não consigo.
-Tente.
-Já tentei milhares de vezes.
-Não sei o que dizer.
-Você poderia voltar.
-Você poderia acordar dos seus sonhos, procure seguir em frente, você consegue, eu sei que consegue.
-Eu não consigo, e sei disso mais do que ninguém.
-Quando você acordar vai ser um novo dia.
- Sem você.
-Não faz isso.
-Desculpa.
- Agora é tarde para isso, você está acordando, supere; Se não conseguir eu sempre estarei aqui.
Você só precisa sonhar e eu estarei aqui.
-Eu só preciso sonhar...
O despertador tocou. Ele acordou e abriu os olhos de vagar. Olhou para cima e leu a pintura que estava no teto.
Quando você acorda de manhã ela ainda está lá?
Ele apalpou a cama e não a encontrou. Mas a tristeza estava lá, ela chega muito antes do sol nascer.
Ele só queria uma coisa, voltar para casa e sonhar de novo. E foi o que ele fez. É só o que ele sabe fazer.
-Boa noite.
-Boa noite amor, tive que voltar, preciso de você.
-Você tem que tentar Superar isso.
-Não consigo.
-Quando você acorda de manhã ela ainda está lá?
-O que?
-A saudade.
-Sempre.
Sempre.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Cada Metade Vai Somar.
domingo, 19 de setembro de 2010
Faz de Conta Que eu Fui Mais Legal.
Sabe aquela hora em que ela está com os olhos cheios de lágrimas olhando para você?
É nessa hora que você percebe; Ela não significa nada para mim.
Mesmo quando dá vontade de cruzar a linha do bom censo e perguntar por que.
Lá no fundo ela sabe que já não significa nada.
Então me deixe perguntar alguma coisa errada, mesmo que só para induzi-la ao erro.
Esse é o momento que você percebe; Eu disse que a amava, quando na verdade não.
Não adianta falar, você não vai escutar nada mesmo. Ela já sabe que você tem que ir. Mesmo sabendo que você não tem nada para fazer depois.
Mas antes de partir, você vai desejar que ainda exista alguma amizade, e no final de tudo vai acabar fazendo ela pagar por todas aquelas brigas com o seu pior sentimento; A indiferença.
No único momento em que você tem a oportunidade de resolver tudo, a sua frase padrão é : Eu não quero falar sobre isso agora.
Vai ser simples como no dia em que vocês se conheceram.
Um abraço. Dois estranhos. Assim como antes, alguém sempre está só.
Antes de parti você para, olha para Trás e pensa; Sim, ela continua linda, mas já não significa nada para mim.
Assim como antes.
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Parece Não Abandonar as Pessoas.
O evento do nascimento era aguardado por todos ao redor do mundo. Muitas câmeras de alta resolução e repórteres carregados de equipamentos estavam presentes, sempre aguardando alguma imagem ou notícia, sobre aquele que seria o primeiro grande acontecimento em muitos anos desde que um cara resolveu jogar alguns aviões contra dois prédios tempos atrás.
O relógio já estava quase marcando meia noite. Os repórteres que se amontoavam em frente ao hospital aguardavam ansiosamente para serem os vetores da informação que acalmaria Dona Joana, que assistia em casa a tudo o que acontecia com grande aflição.
Dona Joana era uma dona de casa que vivia com seus 2 filhos adolescentes, Jô e Ana, isso mesmo, uma contração do nome Joana. Dona de casa padrão, Dona Joana era feliz com o que tinha, mas sempre sonhava em ter mais. Sonhava em comprar aquele conjunto de vasilhas plásticas que custavam o preço de um conjunto de vasilhas plásticas, só que contendo ouro dentro. O motivo do preço exorbitante do conjunto era apenas um; O vendedor.
O vendedor das tais vasilhas plásticas era Ecléscyo Cristiano, moço alto e de cabelos bem cortados que sempre aparecia na televisão vestido em um terno marrom e com um cavanhaque muito bem delineado, tão bem delineado era o cavanhaque, que parecia ter sido talhado por um cirurgião plástico.
Ecléscyo Cristiano, no auge dos seus 47 anos, era o galã das donas de casa. Dona Joana, por exemplo, deixava tudo o que estava fazendo só para dar uma olhada nas propagandas do tal vendedor, que para ela, era até mais importante do que as vasilhas Plásticas e muito mais importante do que o cara que jogou os aviões contra alguns prédios anos atrás.
Mas alguma coisa Ecléscyo Cristiano e Dona Joana tinham em comum; eles estavam aguardando o evento do ano. No dia em que a pessoa mais livre do mundo iria nascer, o programa de Ecléscyo Cristiano não passou, e assim como Dona Joana, ele estava com o rosto grudado em sua televisão, aguardando, torcendo, e com muitas esperanças.
As notícias diziam que a pessoa que estava para nascer seria um exemplo e uma inspiração de liberdade para todos. Seria a primeira pessoa a nascer com asas e com a capacidade de voar, leve como a liberdade que ninguém nunca sonhou em ter. Seria a chance de Dona Joana ver uma pessoa capaz de voar para longe dos problemas do mundo e recomeçar a vida; Seria a chance de Ecléscyo Cristiano ver uma pessoa capaz se subir mais alto do que ele jamais sonhou. Seria uma inspiração para ele e para todos.
O relógio marcou meia noite, meia noite e dez, meia noite e vinte, meia noite e meia. E então de repente um silêncio se fez na praça em frente ao hospital, todos os repórteres ficaram calados e perplexos. A pessoa mais livre do mundo tinha nascido, e ela estava lá, sendo segurada por uma enfermeira na sacada do hospital. Mas alguma coisa não estava correta, a criança só tinha uma asa, como poderia voar e servir de inspiração? Em poucos minutos a euforia teve fim, os carros e os repórteres rapidamente sumiram do hospital, Dona Maria desligou a televisão e foi dormir, Ecléscyo Cristiano fez a mesma coisa, só que antes de dormir resolver beber uma dose de whisky e chorar pensando na sua mal sucedia carreira de ator Global.
O fato foi abafado e nunca mais ninguém falou sobre o assunto.
Muita Gente não sabe, mas a pessoa mais livre do mundo se chama Ana Clara. A expectativa criada sobre o dia do seu nascimento acabou por torná-la infeliz e não realizada na vida.
“Não é minha culpa não ter nascido como os outros queriam”, É o que a psicóloga costuma trabalhar em clara, mas não tem adiantado muito, a decepção parece não abandonar as pessoas. Hoje clara tem 25 anos e trabalha de garçonete em uma lanchonete perto do metrô. Junto com ela trabalha também Pedrinho, que nasceu um mês depois de Clara.
Pedrinho era uma grande esperança, ele viria para salvar o casamento de seus pais que já vinham brigando e se desentendendo há muitos anos; Mas Pedrinho nasceu com um problema, ele nasceu com trissomia no cromossomo 21, a famosa Síndrome de Down, fato que acabou frustrando os planos dos seus pais que meses depois do seu nascimento se separaram. Pedrinho ficou com a mãe que até hoje o culpa do fim do seu casamento.
A expectativa criada sobre o dia do seu nascimento acabou por torná-lo infeliz e não realizado na vida.
“Não é minha culpa não ter nascido como os outros queriam” é o que clara costuma trabalhar em Pedrinho, mas não tem adiantado muito, a decepção parece não abandonar as pessoas.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
O Jeito Que Ela Deu.
Olhando de longe. Aquela menina quer se sentar e olhar o mar. Olhar o mar de chocolate. Mas tem tanta gente roubando o chocolate para si que não vai sobrar nada para ela observar nos fins de tarde. Aquela menina quer se sentar e olhar o mar, pensando em como seria bem melhor se aquele mar não fosse mais de chocolate, mas sim de alguma coisa que não chamasse tanta atenção, que fosse apenas bom de olhar e acalmar. Então ela desejou um mar Azul-esverdeado, feito de água e sal. E assim foi feito. Bonito de olhar e bom de acalmar.
Olhando de longe. Ela quer respirar conforto e deitar-se em algodão doce. Mas sendo assim, ela passaria mais tempo descansando do que observando o mar; o mar que tanto lhe acalma perderia a sua função; sem contar que já não tinha por onde se pisar para chegar até o mar, sempre tinha alguém dormindo sobre o algodão-doce, ou comendo para ter energia. Sendo assim, ela transformou o ar em energia para manter o corpo funcionando e a terra em um lugar não muito confortável para se comer ou dormir. E assim foi feito. Energia e passagem livre para os pés.
Olhando de longe. Aquela menina escolheu ser mais abraçada do que comprimentada com um aperto de mão. Só que, todas as vezes que ela estava caminhando para ir a algum lugar, Alguém sempre aparecia do nada, e antes que a menina pudesse reconhecer o rosto da pessoa, as duas já estavam abraçadas. A menina entrava em pânico, porque não sabia quem estava abraçando, logo não poderia comprimentá-la pelo nome, e isso sim seria uma forma fria de comprimentar alguém. As coisas não poderiam ficar assim, então ela desejou poder ver o rosto das pessoas antes de abraçá-las, e sendo assim, tornou o aperto de mão o comprimento padrão entre todos. Simples e fácil de identificar um amigo.
Olhando de longe. Ela é uma menina diferente, ela não quer mais ser presenteada com ursos de pelúcia, ela quer ganhar um beijo de todos que ama. Pena que todas as vezes que ela fazia aniversário, ou passava por alguma data especial, nem todas as pessoas que ela gostaria que estivessem ao seu lado para beijá-la poderiam estar. Muitas vezes algumas moravam muito longe ou não tinham como estar presentes para beijá-la. Mas lá no fundo ela sabia que eles gostariam de estar lá, e que se pudessem, mandariam uma representação do beijo que gostariam de dar pessoalmente. Sendo assim, a menina passou a aceitar os ursos e os presentes de todos aqueles que quiseram lhe presentear dessa maneira, e passou a guardar-los ao lado da sua cama; o lugar mais nobre do seu quarto. Aceitar e guardar no lugar mais nobre.
Olhando bem de perto, Aquela menina não queria mudar o mundo. Olhando de perto, aquela menina estava muito bem. Olhando bem de perto, aquela menina só estava de tpm.
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Minha Religião é o Prazer.
Sim, existe uma fórmula. Uma fórmula em que tudo se enquadra. Onde os fatos acontecem e sempre obedecem a uma constante.
Sempre é um jogo. Sempre funcionou assim, muito antes dos jogos serem inventados.
Muitas vezes tudo acaba em um grande empate, mas na grande maioria das vezes sempre tem que existir um vencedor. Aquele que é vencido dificilmente recomeça outro jogo. Não tem mais forças para recomeçar. Tudo isso porque raramente a partida é ganha sem que alguém saia gravemente ferido.
Eu descendo da pior parte da equação. A parte inerte. Dificilmente alguém não sai gravemente ferido.
Quem mais sofre é aquele que detém; O que eu quero?
Os textos estão cada vez mais confusos e cheios de intenção. Confesso. Má intenção.
Confesso. Isso é parte de todos; Isso parte de todos; Isso a todos parte. Deve ser isso que me parte o coração.
Dificilmente alguém sobrevive. Mas quem liga para isso?
O texto vai ficando cada vez mais pesado e confuso.
Então você me vem com um "Todo mundo precisa gritar".
Precisa?
Eu só preciso de um café. Adoro assistir a tudo de camarote. Inerte. Sou muito religioso nesse aspecto.