Ela conheceu o grande amor de sua vida a quase um mês.
Eles acabaram a quase uma semana.
-Triste.
Ela conheceu um novo amor a quase dois dias e já o ama a quase mil anos.
O tempo é só questão de tempo para os praticantes do amor fast-food.
A tentativa desesperada de encontrar alguém para amar/brincar de casinha, tornou as relações afetivas de João tão iguais umas das outras que ele nem sabe mais diferenciar as palavras: Amor e panela.
Você entra nas redes sociais de João, e se fizer de dois em dois meses (muitas vezes em até menos tempo, mas pensando de forma otimista, dois meses), sem dúvida alguma você irá encontrar um depoimento de alguma mocinha (namoradinha atual) dizendo: "eu amo muito você, você é a minha vida e eu nunca pensei que poderia encontrar alguém tão especial quanto você... bla...bla...bla...”
João já teve mais de 10 namoradas e conseqüentemente mais de 10 amores. Hoje em dia João só mantém contato com a sua namorada atual.
É incrível como tanto amor desaparece com a mesma velocidade com a qual apareceu.
João parece não se importar muito, nem mesmo suas namoras ligam. Para falar a verdade, se o tratamento entre eles não envolver palavras como: Amor, mozinho, coração, paixão, vida, presuntinho, amoreco, floquinho, ou qualquer coisa do tipo; o namoro não irá funcionar.
Porém, certo dia João conheceu Vanessa, e mais uma vez encontrou a razão da sua vida. Vanessa da mesma forma que João, não tinha dúvidas de que tinha encontrado o cara certo para mudar o seu mundo para melhor. Não demorou muito, entre trocas de afeto e apelidos carinhos no diminutivo, os dois acabaram.
Um dia depois do fim do namoro, Vanessa foi para um bar com as amigas e ficou com um tal e Carlos, ela disse que fez isso porque estava muito triste e precisava sair para se divertir: " preciso sair e esquecer esses problemas, se não vou ficar maluca", as amigas, claro, concordaram plenamente com tudo e com o tal de Carlos. Vai saber né.
Um dia depois do fim do namoro, João estava na cozinha fazendo brigadeiro. Enquanto mexia a panela sentiu falta de alguma coisa, então se lembrou de Vanessa, pensou que talvez fosse isso, ele estava sentindo falta das brincadeiras e do tempo que passavam juntos, dos nomes que davam um ao outro, ou até mesmo do brigadeiro que só ela fazia. Sendo assim João pensou: "isso não é para ser assim, eu não quero que ela vá embora, não posso perder a mulher que amo mais uma vez... vou até a casa dela dizer o que sinto.”
João saiu disparado para contar tudo o que sentia para Vanessa. No meio do caminho o celular tocou, era Juliana sua amiga de classe que ligou para lembrar-lo do trabalho que tinham para entregar no outro dia. João decidiu dar uma passadinha no prédio de Juliana para pegar o trabalho e conversar um pouco; conversa vai, conversa vem, João resolveu só passar na casa de Vanessa no outro dia.
João nunca mais foi para casa de Vanessa, ficava sempre adiando os dias; tando adiou que acabou esquecendo de ir até lá.
Começou a namorar com Juliana duas semanas depois de entregarem o trabalho juntos.
As brincadeiras, o tempo que passava junto com Vanessa e os nomes que davam um ao outro? Isso Foi fácil, foi só ele reproduzir tudo com Juliana. E o tal brigadeiro que só Vanessa fazia? Isso até que foi difícil. João teve que procurar uma panela igual a que Vanessa usava, procurou durante algum tempo, quando encontrou, foi só comprar e emprestar a Juliana. Pronto! João tinha conseguido mais uma vez. Ele tinha conseguido construiu o amor.
Parabéns João, agora você pode continuar a viver feliz para sempre na sua tão amada Nação Fast-food.
No fim, confundir as palavras amor e panela não é tão difícil e absurdo quanto pode parecer.
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