Essa não foi a primeira vez, e infelizmente não será a ultima. Mesmo assim, eu permaneço sem saber como receber a morte; sem saber qual roupa vestir ou qual palavra dizer. O meu pesar se faz durante o processo doloroso em que a família mistura a alegria dos abraços com a dor das lágrimas. Faz acumular pilhas e mais pilhas de lembranças; e em meio a tudo isso, creio que melhor me encaixo na distância.
Não posso reproduzir a dor da perda. Minha dor não é maior nem menor do que deveria ser, apenas dói. E mesmo assim, continuo sem querer participar do peso em quem tudo se tornou; não falo da morte, pois esta, já não está a disposição de julgamentos, e a saudade, já me faz sofrer de mais. Eu vejo diferente, aprendi com meus avós a enxergar com o coração. Vejo que Dona Alzira, a quem sempre chamei de vó, teve ao seu lado um sonho daqueles que torna a vida um pouco mais bela do que deveria ser. Dona Alzira, viveu feliz, foi amada e respeitada por seu marido, família e amigos; Não sofreu ligada a tubos ou inalou o deprimente cheiro hospitalar; adormeceu e percebeu que os problemas da vida já não iriam mais incomodar. Por isso a vejo diferente, feliz e leve. Pois, para aquela que viveu tempo o bastante para amar e ser amada; que fez o bem e multiplicou corações, eu ofereço os meus aplausos e não as minhas lágrimas; mas se elas chegarem para salgar e transbordar entre os abraços, quero que algo fique bem claro; Lá estarei eu, na primeira fila, pronto para aplaudir aquilo que aprendi a chamar de amor.
Pois enquanto todo o lamento se fez presente, eu pude perceber que para Dona Alzira, a vida já estava completa.
Guardei as palavras do meu avô:
-Foi embora o amor da minha vida.
Muito obrigado vó.
Não posso reproduzir a dor da perda. Minha dor não é maior nem menor do que deveria ser, apenas dói. E mesmo assim, continuo sem querer participar do peso em quem tudo se tornou; não falo da morte, pois esta, já não está a disposição de julgamentos, e a saudade, já me faz sofrer de mais. Eu vejo diferente, aprendi com meus avós a enxergar com o coração. Vejo que Dona Alzira, a quem sempre chamei de vó, teve ao seu lado um sonho daqueles que torna a vida um pouco mais bela do que deveria ser. Dona Alzira, viveu feliz, foi amada e respeitada por seu marido, família e amigos; Não sofreu ligada a tubos ou inalou o deprimente cheiro hospitalar; adormeceu e percebeu que os problemas da vida já não iriam mais incomodar. Por isso a vejo diferente, feliz e leve. Pois, para aquela que viveu tempo o bastante para amar e ser amada; que fez o bem e multiplicou corações, eu ofereço os meus aplausos e não as minhas lágrimas; mas se elas chegarem para salgar e transbordar entre os abraços, quero que algo fique bem claro; Lá estarei eu, na primeira fila, pronto para aplaudir aquilo que aprendi a chamar de amor.
Pois enquanto todo o lamento se fez presente, eu pude perceber que para Dona Alzira, a vida já estava completa.
Guardei as palavras do meu avô:
-Foi embora o amor da minha vida.
Muito obrigado vó.